SÃO LUÍS – Exposição retrata singularidades do litoral maranhense
Retratando, por meio de telas e esculturas, habitantes e aspectos do litoral maranhense como pescadores, artesãos, peixes, canoas, barcos, praias e paisagens, a exposição “Formas e cores do litoral”, de Joílton Tobias, 52, foi aberta, na manhã desta terça-feira, 10, no Espaço de Artes Márcia Sandes, na Procuradoria-Geral de Justiça. A exposição fica em cartaz no local até o dia 11 de julho.
Autodidata e pesquisador, tendo iniciado nas artes por meio do desenho, Joílton Tobias é pescador da ilha de Caçacueira, que faz parte da Reserva Extrativista Marinha do município de Cururupu, localizado no litoral oeste do Maranhão. “É uma honra para mim vir de Cururupu e trazer um pouco da nossa tradição, da nossa cultura, através dessas cores e formas para que vocês aqui possam apreciar um pouco essa memória retratada de mulheres e homens”, disse o artista na abertura da mostra.
A exposição, que é a primeira individual do artista, é composta de cinco quadros coloridos, pintados na técnica tinta EVA sobre tela, e 20 esculturas feitas de arame, isopor, papel, serragem de madeira, tinta e massa acrílica, que resultam num acabamento rústico e singular. “Eu venho do desenho, motivado pela curiosidade. Desenhando, rabiscando e depois ando a serrar madeira, esculpindo com faca, experimentando várias técnicas”, enfatizou.
Uma das características das peças de Joílton Tobias, especialmente das esculturas, é o uso de materiais reciclados, fruto de uma consciência de preservação do meio ambiente. “Nós, que moramos nas praias, temos esse cuidado, essa preocupação com o descarte responsável de lixo. Então a gente recebe muito lixo que chega através das marés e também aquele que os próprios nativos produzem e fica ali porque não temos como descartar adequadamente”, contou.
LITORAL
Na exposição, o procurador-geral de justiça, Danilo de Castro, destacou as singularidades do trabalho de Jaílton Tobias. “Quero parabenizá-lo, porque gostei muito de suas obras, que refletem parte da cultura da região da Baixada a qual pertenço. É muito importante a gente sempre retratar a nossa vida, os nossos costumes, as nossas artes. Cururupu é uma cidade muito bonita e importante para a história do Maranhão. Então, sinta-se em casa. Você é um artista natural, original”.
Em seguida, o curador do Centro Cultural do MPMA, Francisco Colombo, destacou o enfoque ambiental da exposição. “Nesse contexto, trazemos um nativo da ilha de Caçacueira, em Cururupu. Pescador, ele é também artista visual. Os seus trabalhos em escultura são feitos basicamente com materiais jogados irresponsavelmente no meio ambiente. Com isso, João nos brinda com a sua arte e contribui para a preservação da natureza”.
De maneira semelhante manifestou-se o diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão, promotor de justiça Fábio Henrique Meirelles Mendes. “A gente tem que agradecer, porque ele não é só um artista plástico, ele é um pescador que luta pelos direitos da comunidade e tenta melhorar a vida de todos, e consegue retratar essa luta em arte, seja nos quadros, seja nas esculturas”, enfatizou.
Também compôs o dispositivo de honra o procurador de justiça Eduardo Nicolau.