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HU-UFMA sedia 1ª Oficina de Doença Renal Crônica no Brasil

 O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sediou, nos dias 10 e 11 de junho, a 1ª Oficina de Doença Renal Crônica (DRC). A iniciativa integra o projeto nacional “SBN na Atenção Primária à Saúde”, um programa de capacitação voltado para profissionais da saúde que atuam na linha de frente do Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em parceria com a Regional Maranhão da SBN, a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (Semus), a Ebserh e o HU-UFMA. Ganha destaque por ser a primeira ação no país com esse foco, tendo como base o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Renal de 2024. O objetivo é fortalecer o papel da Atenção Básica na prevenção e no cuidado precoce da Doença Renal Crônica.

O treinamento aconteceu no auditório central do HU-UFMA e contou com a participação de mais de 100 profissionais ao longo dos dois dias. A superintendente do HU-UFMA, Joyce Santos Lages, agradeceu em nome do hospital, da Ebserh e da universidade pela possibilidade de sediar um evento de tamanha relevância. “É uma oportunidade de mostrarmos o quanto a Atenção Primária é importante. Sem vocês, nós, do hospital, fazemos muito pouco. E tenho certeza de que faremos muito mais se pudermos trabalhar juntos.”

José de Araújo Brito, presidente da SBN – seccional Maranhão e gerente de Atenção à Saúde do HU-UFMA, destacou que as complicações decorrentes da DRC precisam ser abordadas desde a porta de entrada do SUS, que é a Atenção Básica. “A especialidade não pode ficar restrita aos hospitais, esperando os pacientes chegarem. Não vamos resolver o problema apenas abrindo mais vagas de diálise. A solução está na atuação na Atenção Básica, nas comunidades, com foco na prevenção.”

A Doença Renal Crônica é uma enfermidade silenciosa, de alta prevalência, e que pode levar a desfechos graves como internações, complicações cardiovasculares e necessidade de diálise. Para a secretária de Saúde de São Luís, Carolina Mitri, o momento representa uma mudança cultural dentro da Atenção Primária. “Estamos em um momento de transformação, de valorização da Atenção Primária para o diagnóstico precoce. A equipe tem se mostrado sempre muito disposta a aprender, e isso é motivo de grande satisfação.”

O vice-presidente da SBN – seccional Maranhão, Natalino Salgado Filho, acrescentou: “Realizar a primeira oficina nacional de uma política da SBN no Maranhão é muito significativo. O estado tem um histórico positivo na luta pela prevenção da doença renal crônica.”

A médica nefrologista e diretora financeira da SBN, Patrícia Abreu, destacou que a força do projeto está na participação ativa dos profissionais de saúde. “Um país que evolui é aquele que faz prevenção e cuida de quem cuida. Estou emocionada ao ver este auditório lotado. Já enviei a foto para as nossas 19 regionais, e todos querem o evento. Mas não basta querer, é preciso poder. E, neste momento, quem pode é o Maranhão.”

A médica Conceição Pires, da Unidade Básica Santa Efigênia, participou do segundo dia do evento e parabenizou a iniciativa. “Participar da oficina nos permite adquirir mais conhecimento para melhorar a vida dos pacientes, iniciando o tratamento precocemente ainda na Atenção Básica. Isso evita a sobrecarga dos nefrologistas com casos que não requerem encaminhamento. Além disso, aprendemos sobre novos medicamentos gratuitos e mudanças nos critérios laboratoriais de diagnóstico. Ter o à informação faz toda a diferença”, ressaltou.